domingo, 28 de março de 2010

Salvador laiálaiálaiá


Você conhece Salvador? Você já viu Salvador? Volto e pergunto: “Vou conhece Salvador?”

Todos os dias eu sinto que conheço Salvador ainda mais,mas mesmo assim eu sei que não a conheço. Eu tive o prazer de trabalhar em uma rádio que me levou a todos os bairros de Salvador, eu fui a Itapoan, Imbuí, Cajazeiras, Periperi e em todos os milhares de bairros que esta cidade abriga, e eu paro e me pergunto: “Que Salvador você conhece?”

Eu conhecia a Salvador do rico, da classe média, mas me apaixonei pela Salvador dos “pobres”, aquela que perdemos o nosso titulo “a aspirante a sulista” e vivemos os dias de “O pai ó”, aquela Salvador que todos os vizinhos se conhecem, que andar de soutien na rua é coisa comum, a Salvador que na segunda-feira tem o velho e bom churrasco e todo transeunte é mais um convidado, a Salvador que o soteropolitano burguês desconhece, aquela que guarda pra si a linda vista do Bonfim, os prazeres da Cidade Baixa, o exótico trem da suburbana, a Itapoan que Vinicius não viu, o centro comercial de Cajazeiras, a receptividade da Baixa da Égua, o carisma do Bairro da Paz, a boémia do Garcia e a loucura de entrar em bairros que precisamos de “permissão”.

Mas não só do exótico povo soteropolitano vive essa cidade, ela vive da beleza da Barra, do prazer de tomar um simples café na Aliança Francesa (ladeira da Barra), de viver dias cults e visitar os museus dessa cidade (Viva o prazer de ter a arte barroca!), de saudar as entidades do Dique, de visitar o MAM e acreditar que tudo pode melhorar com a beleza da vista, com a arte única e voltar a realidade com o pagode vindo de Gamboa, subir a Contorno , e pra ser mais feliz, subir até a Ladeira da Montanha e alcançar a perfeição, tomar o sorvete da Cubana,cruzar a cidade para tomar o velho sorvete da Ribeira, desejar todo e qualquer acarajé....

Qual a minha Salvador?

A minha Salvador é tudo o que há nela, mas amo o Rio Vermelho (uma pessoa que sai de Piatã pra fazer qualquer refeição no Rio Vermelho tem que amá-lo). O Rio Vermelho que é fora do padrão de Salvador se refaz no seu próprio padrão, um bairro que é “proibido proibir”, que a monocromia e policromia dividem o espaço e cada um se respeitando, há quem o chame de bairro Alternativo, há quem diga que só tem roqueiro, há quem diga que só tem gay, há quem diga que só tem desocupado......O que eu digo? No Rio Vermelho só existem pessoas felizes! Elas buscam diversão, descontração, liberdade de pensamento e de figurino...elas não querem rótulos.

Enfim, essa é a Salvador que eu conheço e tenho o prazer de não conhecer o seu todo, espero ter a vida inteira para terminar essa descoberta.

Nenhum comentário: