domingo, 27 de março de 2011

Projete-me,aceite-me!

(A minha real projeção psicológica me remete essa foto de Bresson: uma pessoa fora dos padrões, psicologicamente incompreendida, talvez uma aspirante a situações cults, um toque dos anos 70, o ar blasé de um bom café, a necessidade do velho e charmoso cigarro)

  Eu ainda me perco no que prometi ser e no que sou, me perco em historias de amor que não me pertencem, na psicologia barata, no excessivo desgaste físico sem trabalho algum e no dramalhão mexicano que te envolvi.

  Eu me auto graduei nessa psicologia de boteco, nesses conselhos baratos, na subjetividade da sua mente mais que humana e você como um desolado, você escuta, acredita, age! As minhas intenções são sempre as melhores e nessa utopia de ser o Freud do século XXI, eu aposto que todo esse desgaste mental seja mais um caminho em busca dessa tal felicidade.

  Eu me projetei além do alcance dos meus olhos, mas sempre andei frente a frente aos meus passos, mas como ir tão além? A minha palavra propaga a imagem que você sempre projetou, eu não sou e nunca serei nada além dessa tal de projeção. E quem errou?

  Projeções não mudam, não evoluem, não tem medo, não tem coragem, projeções são apenas projeções! Eu também tenho as minhas, você foi a pior das minhas. Seus erros destroem os meus sonhos, seus acertos alimentam a minha fonte de mais projeções e no final das contas você não passa de uma mentira, não passa de mais uma projeção.

  E mais uma vez, um bom leitor sabe que nada tem sentido, mais uma vez não existe o leitor, não existe sequência, lógica, apenas existe uma imagem criada de uma mentira mal contada por alguém que ninguém sabe quem é.